6 de out. de 2014

Fatos sobre as gueixas que - provavelmente - você não saiba

As gueixas (cortesãs japonesas) estão intrinsecamente ligadas à história e cultura tradicional do Japão. Seus lábios vermelhos em forma de coração e sua pele pele branca carregam mistérios que até hoje fascinam muitas pessoas ao redor do mundo. Sua postura é elegante, passiva e recatada, mas ao mesmo tempo sedutora. Apesar de hoje em dia existirem poucas gueixas, elas continuam nos intrigando e nos fascinando como sempre fizeram.  

1. Você sabia que as primeiras gueixas eram na verdade homens? Pode parecer bizarro, mas foram eles que deram origem às famosas gueixas. As gueixas do sexo masculino eram conhecidos como “Taikomochi” ou “Houkan” e foram muito populares no período feudal, onde sua principal função era entreter o Daimyo. 
 
2. Existe o estigma de que as Gueixas eram prostitutas, embora o significado verdadeiro seja “pessoa das artes”. Eram realmente mulheres treinadas para entreter os homens, mas através das artes como o canto e a dança. Porém, na história se observa que originalmente muitas eram prostitutas antes de se tornarem Gueixas.

3. A primeira gueixa famosa e popular que se tem notícia foi Fukagawa, uma ex-prostituta por volta de 1750. Seguindo o seu exemplo, muitas mulheres deixaram de ser prostitutas para se tornarem grandes artistas durante as décadas seguintes, nos mesmos locais onde se apresentavam as gueixas do sexo masculino.
4. Por volta de 1800, ser gueixa se tornou uma profissão honrada e glamourosa e era comum que muitas delas começassem seu treinamento ainda crianças, por volta de 3 a 5 anos. Essa tradição durou até a década de 1950, quando então passou a ser expressamente proibido por entender-se que de se tratava de trabalho infantil.

5. Hoje em dia, uma menina pode se tornar Maiko (aprendiz de gueixa) com a idade de 16 anos. Até se tornar gueixa, leva-se em torno de 5 anos, onde ela terá um treinamento duro para aprender as etiquetas sociais e ganhar habilidades artísticas de música, canto e dança.

6. Enquanto fossem gueixas, elas estavam proibidas de ter qualquer tipo de relacionamento amoroso sério. Se resolvesse se casar por exemplo, a gueixa era obrigada a se aposentar definitivamente da profissão.

7. As gueixas eram autorizadas a ter um danna, um espécie de patrono rico que arcava com os custos do seu treinamento. Embora pudesse haver exceções, essa ajuda financeira não era realizada em troca de favores sexuais. Também podia ocorrer da gueixa e o danna estarem envolvidos afetivamente ou apaixonados um pelo outro.

8. Há uma série de rituais ao longo da vida de uma gueixa. Um deles chamado de Hiki Iwai (comemoração da separação) ocorria quando uma gueixa decidia abandonar a profissão, seja por um casamento, por outra oportunidade de trabalho ou por ter encontrado um danna, um protetor que lhe proveria pelo resto de sua vida.

9. “Mizuage” era o nome de uma cerimônia que as maikos. Se tratava de uma cerimônia de maioridade que representava a transição de uma maiko para uma gueixa. Porém, uma das tradições dessa cerimônia era a virgindade da maiko ser leiloada a quem desse o maior lance. O dinheiro arrecadado era usado para promover sua estreia como gueixa. Essa prática se tornou ilegal em 1959.

10. Para ser gueixa de verdade, não basta apenas ser bonita e elegante. Elas tinham que aprender tudo a respeito das artes, incluindo pinturas e caligrafia e como se portar durante uma cerimônia do chá. Também tinham que aprender a dançar, cantar e a tocar diversos instrumentos tradicionais como koto, flauta e shamisen.

11. Uma das principais regras para ser uma gueixa é ser tão anônima quanto for possível. Isso ajudava a dar mais ainda um ar de mistério a elas, o que fazia com que os homens ficassem ainda mais fascinados pelas gueixas. Por causa disso, elas usavam nomes artísticos e não podiam revelar a verdadeira identidade aos clientes.

12. A ex-gueixa Mineko Iwasaki recebeu ameaças de morte por violar o tradicional código de silêncio gueixa, por passar “informações secretas” sobre a vida das gueixas a Arthur Golden, autor do livro “Memórias de uma Gueixa”. Ela se sentiu traída por ele, já que havia um trato de que não teria sua identidade revelada, no entanto ele não cumpriu a promessa e divulgou seu nome de todas as maneiras possíveis.

13. Durante o Período Tokugawa, muitas prostitutas de alta classe (oiran) queriam se passar por gueixas. Uma das principais características que as diferenciava era a forma como usavam o Obi. Enquanto que as verdadeiras gueixas amarravam seu obi (cinto decorativo) para trás, as Oiran, amarravam o obi para frente.

14. Gokagai é um distrito das gueixas em Kyoto. Também é conhecido como Hanamachi (cidade das flores). Compreende em cinco bairros onde se encontra vários Okiya (Casa das Gueixas) e Ochayas (Casas de Chá)

15. As gueixas eram treinadas para dormir com o pescoço encaixado em pequenos suportes elevados chamados de Takamakura. Desta maneira, elas conseguiam manter o penteado perfeito mesmo enquanto dormiam. Para reforçar esse hábito, derramava-se grãos de arroz em torno do suporte e caso a gueixa se descuidasse enquanto dormia, amanhecia com os grãos grudados no cabelo.

16. Em 1920 existia cerca de 80 mil gueixas. Em 1970 elas eram em torno de 17 mil. E hoje em dia, estima-se que apenas cerca de mil gueixas tradicionais estejam em atividade em todo o Japão. As gueixas atuais escolheram a profissão devido a sua natureza romântica e artística ou para seguir a tradição da família.

17. Quando uma gueixa está servindo chá ao cliente, ela puxava a manga do seu quimono, de modo que o pulso ficasse descoberto. Este gesto era visto como um sinal de sedução e sensualidade, mesmo mostrando tão pouco de seu corpo.
18. Uma das coisas que mais impressiona em uma gueixa é o seu penteado exótico. Mas esse penteado super elaborado e tradicional feito ao longo dos anos, causava calvície precoce na maioria das gueixas. Por causa disso, era comum o uso de perucas com o penteado tradicional em gueixas mais velhas, que já tinham anos de profissão.

19. No começo, as gueixas usavam um pó branco feito de chumbo para fazer a maquiagem tradicional. Só a partir do Período Meiji que se descobriu de que essa substância era tóxica e assim passou-se a usar outro tipo de cosmético mais moderno e mais seguro para a maquiagem tradicional das gueixas.

20. Uma gueixa gastava em média duas horas em sua produção. A maquiagem exótica, o penteado exuberante com seus belos adornos e finalmente o quimono artesanal, feito de seda, que também dava um trabalhão de colocar.

21. Você já deve ter reparado que o sorriso de uma gueixa é discreto e quase não dá para ver seus dentes. Algumas costumam levar a mão à boca para esconder o sorriso. Um dos motivos seria porque por mais que os dentes sejam brancos, diante do contraste com a pele branca, aparentam amarelados e pouco atraentes.

22. Mas o engraçado é que até o Período Meiji, era comum a prática do Ohaguro, costume de tingir os dentes de preto. Apesar desse hábito também ser realizado por mulheres comuns, as gueixas também eram muito adeptas dessa prática.

23. O treinamento de uma gueixa era em um “Okiya” (Casa das Gueixas) e lá viviam como uma família. Havia a “okasan” (dona do Okiya) e as “irmãs” (outras gueixas). Para viver no Okiya, elas tinham que fazer o serviço de limpeza e dar parte do dinheiro que recebiam de seus clientes para ajudar a pagar as despesas do Okiya.

24. Muitas pessoas não sabem direito o que diferencia de verdade uma maiko de uma gueixa. Maiko significa “Criança da Dança”, nome designado às jovens aprendizes das gueixas. Já a gueixa, também chamadas de Geiko, significa literalmente “Pessoa das Artes”, designadas às que são mais experientes em sua profissão.

25. Para saber diferenciar uma maiko de uma gueixa, basta observar as cores da sua vestimenta, especialmente do seu colarinho. As maiko usam quimonos com cores mais fortes e vivas, e o colarinho geralmente é vermelho, enquanto que as gueixas usam quimonos com cores suaves e tons pastéis e o colarinho branco.
26. A cerimônia que marca a transição de maiko para gueixa é chamada eriage, que significa “mudança de colarinho”. Nesse momento, a maiko troca seu colarinho estampado vermelho pelo totalmente branco, símbolo de sua estréia como gueixa.

Esperam que tenham gostado de saber algumas curiosidades a mais sobre as gueixas. 
Fonte: Japão em Foco

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