Na maioria das vezes, são aqueles que claramente demonstram uma satisfação ou prazer maior em ouvir “desgraças”, tragédias, e dificuldades. Geralmente, receberam pouco dos pais na afetividade, na atenção, no cuidado, no respeito, e isso foi reforçado ao longo da vida, recebendo desta também revés e perdas, passado por esse reforço, repetem nos que estão ao redor.
Isso não significa que invariavelmente todos aqueles que passaram por isso desenvolvem esse tipo de comportamento, mas estou falando sobre o comportamento sádico de desejar que o outro sinta, o que ele já sentiu.
Naturalmente, o sadismo pode estender-se de uma maneira muito mais ampla como na área sexual, por exemplo (o que é mais comumente relacionado), mas muitas vezes, não é relacionado a comportamentos na área social. Nessa área, há um boicote evidente em sentir certo prazer em ver aquele filho, por exemplo, ou aquele colega, sem a possibilidade de conquistar o que deseja, e atingir a felicidade que almeja. Muito sutilmente é uma busca em minimizar a própria infelicidade, pois quando o outro perde ele se sente melhor, mais apaziguado, mais ressarcido.
Na área familiar isso muitas vezes ocorre em relação aos filhos, como: "Eu não tinha carro, você também não precisa". "Eu não segui a carreira que eu queria, você também pode escolher qualquer coisa". Muitas vezes, esse "repeteco" traz escondido um comportamento mordaz e frustrado, sob a carapuça de ser durão, realista, etc…
Deleitar-se na infelicidade do outro, é sem dúvida a maior prova de desamor … a menos que se encontre outra pessoa que goste de sofrer, e também possua esse comportamento nocivo, distorcido e necessitado de cura.
"Fulano tem muito o que sofrer, para aprender a viver", Essa frase até pode conter uma verdade em si: a de que o método empírico (tentativa e erro) muitas vezes assegura a evolução do indivíduo. Em simples palavras: às vezes é quebrando a cara que se consegue aprender a não repetir os erros. Porém, para os sádicos, essa afirmação assume outra conotação.
Os sádicos podem ser divididos em duas categorias: os conscientes e os inconscientes.
O sádico consciente, ao fazer tal afirmação ("tem que sofrer, para aprender"), não espera que "Fulano" aprenda alguma coisa com os sofrimentos naturais da vida. O sádico consciente espera apenas que "Fulano" sofra. E ponto final.
Ou seja, esses sádicos (e todos conhecemos algum) pensam no nível do "sofrer pelo sofrer", simplesmente porque desejam que determinadas pessoas (que eles escolhem por razões que só a psicanálise explicaria) passem por alguma espécie de dissabor.
Já os sádicos inconscientes não pensam nesse nível relês do "sofrer pelo sofrer". Eles apenas acreditam piamente na estapafúrdia teoria de que "só se conseguem as coisas na vida com MUITO.... [enchem a boca] sofrimento".
Isso tudo porque eles próprios passaram por algumas agruras para atingir algum objetivo, e, por isso, passaram a pressupor que todas as pessoas a sua volta necessitem, obrigatoriamente, vivenciar as mesmas situações para atingir um resultado semelhante...
Os sádicos inconscientes ignoram, contudo, a existência de múltiplos caminhos para se atingir um mesmo resultado; e ignoram também o fato de os indivíduos possuírem capacidades e aptidões distintas, razão pela qual alguns conseguem atingir determinado resultado sem muito esforço, enquanto outros precisam batalhar muito mais...
Porém, sejam conscientes ou inconscientes, os sádicos são, sobretudo, seres em conflito com sua autoimagem e inseguros com suas potencialidades. É dizer, como não possuem uma autoestima que lhes permita alcançar o gozo por suas próprias ações, os sádicos vêem-se obrigados a gozar com o sofrimento alheio...
gostei...
ResponderExcluirFico feliz em saber que gostou ^^
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